Inteligência artificial pode detectar sinais de autismo na fala

Cientistas da Northwestern University desenvolveram uma inteligência artificial capaz de detectar padrões de fala reproduzidos por crianças diagnosticadas com transtorno do espectro autista (TEA, mais conhecido como autismo) em diferentes idiomas. Os resultados da pesquisa foram publicados na revista PLOS One no último dia 8.

A ideia do projeto de inteligência artificial é ajudar os cientistas a distinguir entre fatores genéticos e ambientais que moldam as habilidades de comunicação de pessoas com autismo e assim desencadear aprendizados sobre a origem da doença e o desenvolvimento de novas terapias.

O que acontece é que as crianças diagnosticadas com autismo geralmente falam mais devagar, e contam com diferenças no tom, entonação e ritmo. Não é uma tarefa fácil, no entanto, identificar e caracterizar essas diferenças de maneira consistente e objetiva. Com a tecnologia, a equipe pretende mudar isso através da análise de gravações de crianças dentro e fora do espectro autista — contando sua própria versão da história de um mesmo livro infantil que não possui palavras, apenas figuras.

“Usando esse método, conseguimos identificar características da fala que podem prever o diagnóstico de autismo. A mais proeminente dessas características é o ritmo. Esperamos que o estudo possa ser a base para futuros trabalhos sobre autismo que aproveitem o learning machine”, apontam os pesquisadores.

Inteligência artificial detecta padrões de fala do autismo em diferentes idiomas (Imagem: iLexx/envato)

Os cientistas por trás do estudo mencionam que “uma rede cerebral envolvida é a via auditiva no nível subcortical, que está fortemente ligada às diferenças em como os sons da fala são processados ​​no cérebro por indivíduos com autismo em relação àqueles que normalmente se desenvolvem em várias culturas.”

O próximo passo para a criação dessa inteligência artificial capaz de detectar sinais de autismo é identificar se essas diferenças de processamento no cérebro levam aos padrões comportamentais de fala. Isso quer dizer que mais estudos são necessários até que a tecnologia esteja disponível para utilização.

A cada dia, os cientistas descobrem mais informações sobre o autismo. Recentemente, a American Association for Anatomy apontou que as alterações cerebrais ficam notáveis já no feto, pelo menos três meses antes do nascimento. Anteriormente, um estudo conduzido pela Yale University destacou mudanças significativas na estrutura da substância branca do cérebro em adolescentes com TEA.

Fonte: Canaltech

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