A Sara Monção é estudante do 4º semestre do curso de tecnologia em design da Universidade do estado do Amapá (Ueap) e começou a desenvolver um projeto que reutiliza o óleo de cozinha para a produção de diferentes tipos de sabão.
A ideia surgiu através do interesse em uma produção que já existia na Escola Estadual Edgar Lino, no bairro Julião Ramos, em Macapá. Na instituição, a acadêmica cursou o ensino fundamental, no entanto, o projeto havia sido cancelado e por isso Sara não conseguiu participar.
Em 2023, Sara deu continuidade no projeto por conta própria, e depois teve a ajuda de professores orientadores.
Ela contou que a princípio, ao submeter o projeto, suas expectativas eram baixas e não acreditava que ele iria funcionar ou mesmo ser aprovado em um edital, como o do Programa Institucional de Bolsas de Extensão (Pibex).
“Depois que o projeto foi inscrito no edital, eu tinha certeza absoluta que ele não iria ser aprovado. Tive um prazo muito curto pra escrever e só havia 30 vagas para projetos em toda a universidade. E para a minha surpresa, no mesmo dia que saiu o resultado, saiu uma retificação onde ficaram 40 vagas, e eu foi aprovada na 40ª posição. Minha expectativa era zero e eu fui me surpreendendo com muita coisa depois”, contou a estudante.
Crescimento do projeto
Após isso, Sara buscou aprimorar ainda mais o projeto com a ajuda dos orientadores, professor Álvaro Modesto , o professor Rodrigo de Aquino, e o apoio técnico do professor João Silva, de engenharia química, além da ajuda de acadêmicos voluntários.
Além dessa ajuda, os professores fizeram entrevistas com profissionais que trabalham na produção de sabão, logo, o projeto que seria apenas para a produção de sabão líquido e em barra, começou a produzir também os sabonetes.
“Tiver que estudar muito para aprender sobre a produção de sabão, porque o meu conhecimento era pouco em relação a isso”, disse Sara.
O trabalho de Sara deve ser completamente desenvolvido em cerca de um ano, com um artigo científico e uma apresentação do projeto na 7ª Jornada de Extensão, que vai acontecer em 2025. O evento é organizado pela Pró-Reitoria de Extensão da Ueap.
Como o óleo se transforma em sabão?
Para ser reutilizado como sabão, é feita a coleta do óleo e a sua purificação, mas para o resultado final e consumo seguro, o produto passa por várias etapas.
Primeiro, é verificado o estado do óleo usado, que se estiver muito escuro ou apresentando um cheiro forte, é descartado.
Para que o óleo seja purificado, é feita a filtragem para remover as impurezas e resíduos. Depois desse processo, o óleo já pode ser usado para a produção de sabão caseiro ou outros produtos de limpeza.
Saponificação
Este processo de transformação, se chama ‘saponificação’, e ele funciona em duas etapas. A primeira, é quando o óleo é misturado com a soda cáustica, álcool 96%, glicerina e outros componentes.
A segunda etapa é a reação destes componentes para que um sal seja formado, este sal é o sabão. Mas a composição varia de acordo com o tipo de sabão produzido, sendo líquido, barra ou sabonete.
“É importante destacar que há diferença em fazer o sabão em barra e sabão líquido. Seguindo processos e ingredientes diferentes”, acrescentou Sara.
Arrecadação de Óleo
Uma arrecadação de óleo usado está sendo feita na Ueap para a contribuição no projeto, e vai até o dia 30 de abril.
Qualquer pessoa pode fazer a doação, mas é preciso se atentar aos cuidados na hora de entregar o óleo, seguindo as medidas:
- Deve estar em recipiente de metal ou plástico;
- Vedado da forma correta;
- Recipiente deve estar limpo e seco;
- Identificar com um rótulo ou adesivo;
- Não ser exposto ao sol.
Contribuição para o meio ambiente
O objetivo principal do projeto, além de produzir sabão de uma forma sustentável, é contribuir com a diminuição do impacto negativo do descarte incorreto do óleo de cozinha no meio ambiente.
Este projeto também vai ensinar aos alunos da rede pública estadual, a fabricação de sabão em barra e líquido, a partir do reaproveitamento do óleo de cozinha. Incentivando a sustentabilidade e a preservação do meio ambiente.
Fonte: G1.