O governador Wilson Lima destacou o impacto positivo da ampliação logística que o Projeto Manta-Manaus, lançado pelo Governo Federal em Tabatinga nesta terça-feira (9/4), deve proporcionar ao comércio para o exterior do que é produzido na Zona Franca de Manaus. A expectativa é de que a nova rota aumente a competitividade dos produtos do Polo Industrial de Manaus (PIM), com redução de até 25 dias no trajeto para exportar produtos do Amazonas para o exeterior.
O lançamento contou com a presença da ministra de Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, e do ministro Silvio Costa Filho, de Portos e Aeroportos (MPOR), que estiveram no município para discutir as Rotas de Integração Sul-Americana, de Integração Nacional e projetos de portos e aeroportos do estado.
Segundo o governador, a implementação da nova rota é um importante itinerário para a Zona Franca de Manaus na entrada de insumos e na exportação de produtos, sem depender do trajeto feito atualmente pelo Canal do Panamá.
“Essa rota é fundamental, porque vai criar mais uma alternativa muito mais interessante do que a gente tem hoje. Um navio que sai com insumos da China para Manaus dura, em média, 45 ou 50 dias. Com essa rota, a gente pode economizar 15 ou 20 dias. Imagina o ganho de logística para que esse produto chegue em Manaus”, destacou o governador.
A rota deve ser finalizada até 2026 e de acordo com o Governo Federal, o projeto já está inserido no novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) como prioritário. A ministra do planejamento ressaltou o ganho em competitividade que o novo trajeto trará ao estado.
“Vocês ganham em tempo, em quilometragem. Nós estamos falando em diminuir essa distância aqui até Shanghai, na China, em 10 mil quilômetros a menos. O que significa que os produtos do Amazonas se tornam mais competitivos, ou seja, vão vender mais, o Brasil vai vender e poder comercializar mais”, enfatizou a ministra de Planejamento e Orçamento, Simone Tebet.
Redução no trajeto
A Rota Manta-Manaus conecta o Polo Industrial de Manaus com o porto de Manta, no oceano Pacífico, no Equador. No percurso hidroviário, a rota passa pela cidade de Tabatinga, localizada na margem esquerda do rio Solimões, na tríplice fronteira entre as cidades de Letícia, na Colômbia, e Santa Rosa, no Peru. A seguir, o percurso continua por balsas pelo rio Napo, inicialmente por território peruano, sendo navegável até as cidades equatorianas de Puerto Providencia até Francisco de Orellana.
O itinerário deve impulsionar a economia regional e setores produtivos locais, por meio da conexão de áreas remotas com grandes centros de consumo e distribuição.
A rota permite ainda que a duração do trajeto de insumos seja de 30 a 35 dias, uma redução de até 25 dias. Atualmente, o percurso é feito pelo Canal do Panamá, e o transporte de produtos oriundos da Ásia leva entre 41 e 60 dias.
Dragagem dos rios
Com o objetivo de minimizar os efeitos da estiagem prevista novamente para a região, o Ministério de Portos e Aeroportos está organizando o plano de dragagem para o estado do Amazonas. O governador Wilson Lima havia solicitado apoio do Governo Federal para enfrentar os impactos da seca em 2024.
“Vamos fazer a dragagem do Rio Madeira, de Tabatinga e Benjamin Constant. Vamos chegar no mês de junho e julho já com o processo licitado e se houver uma estiagem mais forte e problemas de dragagem, a gente vai estar pronto para fazer essa obra para ajudar no escoamento da produção brasileira”, afirmou o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho.
Durante 2023, a estiagem severa no estado impossibilitou o tráfego no trecho entre Benjamin Constant e Tabatinga, exigindo obras emergenciais. O governo federal identificou a necessidade de incluir o trecho em campanhas regulares de dragagem. Considerando os custos do contrato emergencial e as campanhas regulares no Alto Solimões, o projeto possui um valor de R$ 196 milhões.
Fonte: Real Time 1.