(Foto: Pixabay)

Sobram vagas no setor de tecnologia no Brasil por falta de profissionais qualificados

E tem um setor da economia onde está sobrando vagas.

Vinte e dois anos de idade, recém-formada em microeletrônica e já em transição de carreira. Atraída pela janela de oportunidades que viu na tela do computador, Paula Mayumi começou a estudar programação.

“O que me chamou mais atenção no início foi justamente o alto número de vagas de emprego nessa área”, diz.

Sim, esse é um setor que anda na contramão da crise no mercado de trabalho: tem mais vagas do que gente. Bem mais.

A Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação e de Tecnologias Digitais calcula que em cinco anos serão criados quase 800 mil novos postos, mas o Brasil forma pouco mais de 53 mil profissionais de tecnologia por ano, o que deve abrir um déficit de 532 mil pessoas para trabalhar na área.“A gente se pergunta por que o Brasil ainda não colapsou em termos da falta de talentos. A gente viu durante esse período, principalmente o período pandêmico, o surgimento de várias ofertas de capacitação”, diz o presidente da Brasscom, Sergio Paulo Gallindo.

É o caso da ONG que oferece o curso que Paula está fazendo. Aulas online, todos os dias, das 8h às 17h, durante 12 semanas.

“A gente entende que essas pessoas têm uma certa urgência de entrar no mercado de trabalho. É um segmento que está aberto para todos, mas a pessoa precisa se dedicar, se atualizar, porque é um universo que sempre está em mutação e em atualização”, afirma o gerente de marketing da Generation Brasil, Rogério Araújo.

A experiência de quem ensina programação diz que a palavra “tecnologia” ainda assusta. É frequente aquele pensamento de que “isso não é para mim”, mas a verdade é que, hoje em dia, todo mundo tem tecnologia na palma da mão.

O mercado está à procura de gente para trabalhar, por exemplo, no desenvolvimento de aplicativos para celular, com comercio eletrônico, com análise de dados ou mesmo com segurança da informação. Falando assim, fica um pouco mais fácil traduzir o que é a tal linguagem de programação.

A associação que representa o setor diz que também há outras barreiras que precisam ser derrubadas.

“Setenta e cinco por cento dos profissionais de tecnologia são homens brancos. Então a gente precisa também trabalhar esses aspectos psicossociais para que a gente tenha uma formação equitativa à demanda, e sendo equitativa na demanda a gente aumenta o nosso parque”, diz Gallindo.

“Não existem rótulos ‘fulano nasceu para ser programador’. Acho que é para todo mundo que quer, que tem oportunidade e quer se comprometer mesmo com essa nova rotina de estudos e trabalho”, ressalta Paula.

*Com informações do site G1

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