Com o objetivo de oferecer mais qualidade e segurança ao paciente que precisa utilizar a nutrição enteral, a EnterAll, startup brasileira em fase pré-operacional, criou e patenteou duas propostas para embalagens que reduzem o custo do produto e a quantidade de plástico utilizada. Uma delas é a SimpleFlex, que pode ser usada como sistema aberto ou fechado e a outra é a SimpleClosed que será usada exclusivamente para sistema fechado. Ambas serão lançadas no mercado no início de 2023.
O mercado global de nutrição enteral deve faturar 8,3 bilhões de dólares em 2022 e seguir crescendo 6% ao ano até alcançar 11,7 bilhões de dólares em 2028, segundo uma publicação da Globe NewsWire..
É nesse mercado que a EnterAll quer ganhar espaço. A solução desenvolvida pela startup transforma as atuais embalagens longa-vida em embalagens de sistema fechado, substituindo suas tampas por dispositivos habilitados para uso enteral.
O sócio e CEO da EnterAll, Ronaldo Leite, explica que comparado aos atuais produtos deste sistema, o layout de embalagem da EnterAll torna o visual desse tipo de alimento mais amigável ao paciente. No entanto, ele afirma que existem benefícios ainda maiores por trás das soluções.
“Sobre a solução para sistema fechado, nossas análises indicam que o custo do material de embalagem pode ser reduzido de 70% a 75%. Para as maiores empresas do segmento, isso representaria uma economia de 1,6 a 3 bilhões de dólares durante a vigência da patente. Só no Brasil, a aplicação do conceito poderia economizar, em cada uma dessas empresas, um valor de 120 a 300 milhões de reais”, afirma Ronaldo.
Além do ganho financeiro, ele destaca também a importância do impacto ambiental proposto pelas duas patentes, consolidando conceitos de economia circular e fortalecendo as práticas de ESG adotadas por empresas comprometidas com questões ambientais: “É possível uma redução de 90% do plástico utilizado. Isso significa que, só no Brasil, podemos reduzir mais de 60 mil toneladas de plástico, podendo chegar a 2,1 milhões de toneladas a menos de plástico descartado no planeta”.
Alberto Spengler, sócio e COO da EnterAll, reforça que a questão ambiental merece ainda mais atenção. Apesar do compromisso dos grandes fabricantes com este ponto, ainda não existe processo consolidado para reciclagem das embalagens de sistema fechado.
Ele explica que a dificuldade de reaproveitamento se deve à tecnologia de multicamadas utilizadas nessas embalagens, necessária para conferir resistência ao tratamento térmico e bloquear frequências de luz ultravioleta prejudiciais ao produto.
“Vale enfatizar que as patentes se aplicam às embalagens cartonadas assépticas, cujos dois fornecedores globais relevantes, TetraPak e SIG Combibloc, investem em projetos para utilização de plástico com fonte 100% renovável, bem como, possuem rigorosas políticas ambientais que ampliam a reciclagem de seus produtos”, comenta.
O alimento enteral é, em muitos casos, a única fonte de nutrientes para pacientes críticos, muitos deles estão tão vulneráveis que precisam evitar contato com qualquer agente externo de contaminação. Dessa forma, além de preservar diversos aspectos na qualidade das dietas, a solução elimina os riscos de contaminação associados à manipulação.
Alberto esclarece que a solução permite utilizar um processo de esterilidade comercial menos agressivo termicamente, o que minimiza os impactos negativos sobre a integridade dos nutrientes. Isso garante maior qualidade proteica, reduz perdas de nutrientes sensíveis ao calor e à luz, além de assegurar menor viscosidade que facilita a administração por meio de sondas.
“Essas são apenas as primeiras soluções que estamos trazendo ao mercado. Queremos mudar a realidade clínica de pacientes que dependem da nutrição enteral para sobreviver ou restabelecer a qualidade de vida. Tudo isso alinhado ao cuidado humanizado, às práticas ESG e à criação de valor para toda a cadeia”, comenta Ronaldo.
*Com informações do site Embalagem Marca