A Black Friday deste ano, que será realizada em 25 de novembro, deve movimentar R$ 6,05 bilhões, com 8,3 milhões de pedidos feitos online, segundo a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm). Antes da data, no entanto, o comércio vai ter um esquenta: o “festival do dia dos solteiros“, que para o Alibaba no Brasil acontecerá do dia 11 ao 13. Segundo Ricardo Macedo, economista e professor da Faculdades Integradas Hélio Alonso (Facha), os consumidores devem aproveitar as duas datas, inclusive, para antecipar os desejos de Natal e até a Copa do Mundo pode animar a ida às compras este ano.
— Pode salvar o ano do comércio, apesar de ter um cenário de desaceleração da atividade econômica — diz.
Não são só as grandes redes varejistas que podem participar e tirar proveito das campanhas. Segundo especialistas, até mesmo os microempreendedores individuais e donos de pequenos negócios, físicos ou digitais, que vendem produtos ou prestam serviços, podem usar o apelo para alavancarem números. O EXTRA traz um manual de como se sair bem nessas situações.
— A vantagem dessas sazonalidades é que há muita divulgação na mídia e, consequentemente, o inconsciente do consumidor grava que há oportunidades em vários lugar — explica Marcel Jacob, vice-presidente de B2C da Infracommerce.
Negócios digitais têm prós e contras
Muitos pequenos negócios são digitais, o que reduz o custo da operação, já que não se paga os custos de um ambiente físico. E isso tem prós e contras nas datas especiais:
— Um negócio digital coloca o empreendedor na maior vitrine do mundo, por isso, quando é feito um bom trabalho no online, existem inúmeros prós — aponta Jefferson Araúj, CEO da Showckase, plataforma de Social Commerce: — Mas é muito importante entender a importância de uma boa gestão, aliado a um bom planejamento. A exemplo das questões que envolvem a logística de estoque e entrega, organização para vender em ambos os ambientes etc. No caso do digital, é necessário especificar os detalhes técnicos do produto de forma clara e objetiva para os clientes saberem o que estão adquirindo. Do contrário, caso o empresário venda da maneira incorreta, isso pode se tornar prejudicial para a marca.
Veja as dicas
Defina a campanha
Na Black Friday, o consumidor escolhe desconto e procura, de fato, promoções reais. Dessa forma, oferecer um brinde, por exemplo, não é o ideal, pois não traz um valor expressivo, ao passo que o cliente muitas vezes está pesquisando e monitorando o preço de um produto ou serviço desejado há meses.
Já no caso do Dia do Solteiro Chinês, é possível ofertar promoções mais personalizadas, algum brinde em específico ou até mesmo promover campanhas “compre dois, leve três” etc. Os brindes costumam ser mais criativos nestas datas comemorativas.
Elabore promoções
O Dia do Solteiro Chinês e a Black Friday possuem dois vieses: agradar o cliente e aumentar o faturamento, portanto, é preciso conhecer o público-alvo do negócio, quais produtos compram normalmente sem grandes descontos e quais não estão tendo uma boa saída. A indicação, normalmente, é oferecer nessas datas um desconto maior nos produtos que estão parados no estoque. Já o produto que vende bem pode ser ofertado com um desconto menor ou ser associado a um brinde.
Crie expectativa
Nas redes sociais, é possível comunicar ao longo do mês que você participará das datas sazonais e quais promoções estarão disponíveis. Patrocínios a postagens na semana anterior à Black Friday também podem ajudar a espalhar a notícia da adesão às campanhas.
Se houver ponto físico, é importante enfeitar a loja, os vendedores entrarem em contato com os clientes que já são fiéis e promover ações no ambiente.
Organize a entrega
Se for um negócio digital, é essencial que as taxas, como frete e juros, sejam revisadas e negociadas constantemente, sobretudo, nestes períodos sazonais, com o objetivo de garantir bons preços finais para os consumidores. Também é muito importante ter uma plataforma integrada que disponibilize as formas de envio, faça uma gestão do estoque em tempo real, entre outras tarefas.
Para quem tem um ponto físico, algo que caiu no gosto dos consumidores é o “compre na internet e retire na loja”, ao passo que garante o menor preço para o cliente e agilidade para que o mesmo tenha o produto em mãos o mais rápido possível.
Fonte: Jefferson Araújo, CEO da Showkase.
Comunique as ações
Whatsapp, e-mail, telefone, SMS, perfis em redes sociais, anúncios pagos podem ajudar o empreendedor a divulgar a adesão às campanhas. Se for fazer um investimento significativo, buscar serviços profissional de CRO, CRM e ou mídias digitais seria o caminho mais indicado para otimizar resultados.
Construa os anúncios
Toda oferta anunciada, seja um serviço ou um produto, deve ter muito claro em seu conteúdo do que se trata, como funciona a aquisição daquele produto ou serviço, e os benefícios comerciais. Também não podem faltar: prazo de entrega, meios de pagamento, política de cancelamento de pedido ou devolução, canais de contato pós-compra e de acompanhamento de pedido.
Fonte: Marcel Jacob, vice-presidente de B2C da Infracommerce
Diversifique as formas de pagamento
Aceitar formas de pagamento diversificadas, indo além do boleto bancário, do cartão de crédito e agora do Pix, é uma das estratégias essenciais para garantir conversões. Os links de pagamentos, que podem ser gerados por clientes de bancos virtuais e compartilhados com clientes via Whatsapp, e-mail ou SMS, trazem praticidade para os dois lados da experiência de compra. QR Codes, que podem ser estáticos (como uma etiqueta de preço) e dinâmicos (que só podem ser usados uma vez), apresentam rapidamente todos os detalhes da transação, como destino e valor do pagamento, aos clientes. O empreendedor precisa escolher qual modelo funciona melhor para seu negócio. Além disso, em pontos físicos, aceitar pagamento por aproximação costuma deixar o consumidor mais seguro.
Ofereça benefícios
Oferecer cashback, parte do dinheiro gasto no produto de volta para o cliente, ajuda a fidelizar os clientes e aumentar o número de vendas.
Fontes: Maria Cristina Kopacek, Co-fundadora da Idez; Tomás Duarte, cofundador e CEO da Track.co; Paulo Castro, CEO do Contbank; e Fábio Oliveira, CEO da SalesFarm.
Prepare o suporte
Esteja preparado para uma demanda maior no número de solicitações e dúvidas dos clientes. Ter no site ou nas redes sociais um ambiente com as principais dúvidas que podem aparecer ajudará a diminuir a demanda por atendimento. Mesmo assim, a equipe de acompanhamento deve ter um documento de FAQ em mãos para antecipar e agilizar respostas em todos os canais.
Invista no pós-venda
É mais barato manter um cliente por meio de e-mail marketing, redes sociais ou campanhas de links patrocinados do que conquistar novos. Se o e-commerce for pequeno, é ainda mais fácil manter um relacionamento próximo dos consumidores.
No caso de negócio digital com poucas vendas, ao receber a notificação de uma compra, ligue para saber se deu tudo certo ou se o cliente teve alguma dificuldade no processo. Essa atitude evitará gastos com trocas e com devoluções, além de aproximar a marca dos seus clientes.
Caso seu e-commerce ultrapasse 50 vendas diárias, para facilitar, aposte no e-mail marketing personalizado confirmando o pedido e mostrando os canais de atendimento para futuras dúvidas, reclamações ou sugestões.
Após o prazo de entrega, envie um e-mail perguntando se o cliente recebeu corretamente o produto, se atendeu as suas necessidades, e com dicas para melhor uso.
Mantenha contato, enviando avisos de futuras promoções, oferecendo descontos personalizados em produtos que complementem a compra já efetuada, informando lançamentos e parabenizando pelo aniversário.
Fonte: Especialistas do Olist.
*Com informações do site Extra