Há 20 anos, o LinkedIn era lançado oficialmente na internet. A rede social voltada exclusivamente para a conexão profissional acompanhou a evolução da internet e é hoje uma ferramenta muito importante para quem procura emprego ou pretende contratar alguém. Ativo desde 5 de maio de 2003, o LinkedIn foi adquirido pela Microsoft em 2016 e hoje está presente em cerca de 200 países, contabilizando mais de 850 milhões de usuários, segundo informações da própria plataforma.
Apesar de sua solidez na internet e popularidade no mundo corporativo, a maior rede profissional do mundo ainda não é dominada por muita gente. Muitas pessoas não fazem ideia de como usar o LinkedIn da forma adequada e como utilizar a ferramenta para atingir os objetivos profissionais.
A consultora de empresas e gestora de RH e carreira Simone Nascimento observa muitos erros entre os usuários da plataforma. “As pessoas confundem LinkedIn com Facebook”, rebate. Para ajudar os usuários da rede, pedimos à Simone que enumerasse as melhores dicas para quem quer se destacar dentro da plataforma.
1. Use uma foto de perfil adequada à sua profissão
“Sempre importante que seja uma foto que mostre que você tem perfil profissional, aquilo não é um Facebook”, comenta Simone. A especialista lembra que muitas pessoas colocam selfies ou fotos em viagens, porque acharam bonitas, mas nem sempre vão se encaixar. “Uma foto que você esteja sorrindo, aberto para possibilidades, mas com uma vestimenta compatível com a questão profissional, sempre é o melhor caminho”.
Além disso, ela explica que a imagem tem que ser nítida e em bom ângulo. Colocar o celular na posição horizontal é uma dica, pois depois será mais fácil recortar a imagem para encaixar no perfil do LinkedIn.
2. Coloque uma imagem de capa de acordo com a área de atuação
Na foto de capa, montar uma nuvens de palavras com relação à área de atuação é uma boa ideia. No geral, a dica é fazer uma capa de acordo com o perfil profissional, e com relação ao objetivo que se tem na carreira. “Cada área pode ter sua própria capa. Aproveite os softwares, como o Canva, para fazer uma boa capa, sempre colocando algo que tenha relação com aquilo que você faz”.
3. Tome cuidado com direitos autorais
“Tem gente que pega uma imagem do Google, acha bonito, e acha que pode colocar na capa, mas muitas imagens que a gente faz busca no Google têm direitos autorais”, alerta Simone. Prefira algo autoral ou banco de imagens gratuitas.
4. Resuma no “sobre” o que você sabe fazer de melhor
A caixinha do “sobre”, logo abaixo das primeiras informações do perfil, é o lugar para você, de alguma forma, dependendo do tempo de experiência, deixar resumido para o mercado aquilo que sabe fazer de melhor, destacar coisas importantes na sua área e mostrar os resultados alcançados. “O sobre deve ter, por exemplo, aquilo que você tem como expertise, seu tempo de experiência. Às vezes, a pessoa tem 10 anos na área de varejo, é importante destacar isso”, explica.
Simone lembra ainda de destacar no “sobre” os resultados alcançados, usando palavras-chaves. Além disso, mesmo quando não há experiência, tem que ter conteúdo naquele espaço. “Quando não tem experiência, colocar projetos de destaque, trabalhos voluntários, qualidades pessoais, o recrutador vai saber que você não tem experiência, mas está fazendo algo bacana”, sugere.
“Às vezes você está fazendo um projeto de extensão na universidade, ou atendendo uma comunidade, você é uma pessoa que se destacou no trabalho em equipe, isso dá possibilidade ao recrutador te conhecer melhor, ele sabe que você não tem experiência, mas que você é uma pessoa super antenada com o mercado.”
“Hoje se demite mais por comportamento do que habilidade técnica”, diz, lembrando que mesmo sem experiência é possível se destacar no currículo pelas “skills” (habilidades).
5. Coloque mês e ano de entrada e saída das últimas empresas
Após o “sobre”, vem a esperiência profissional. Cuidado na hora de colocar informações sobre as empresas anteriores! Muitas pessoas colocam apenas o ano em que trabalhou naquele local. “Às vezes, a pessoa coloca que entrou em 2021 e saiu em 2022, aí o selecionador fica sem saber se a pessoa quis esconder o mês em que ela entrou, porque pode ser que ela tenha entrado em dezembro de 2021 e saído em janeiro de 2022.”
Simone lembra ainda que nas experiências profissionais é bom colocar em tópicos, bem resumidamente, as atividades exercidas naquele local.
6. Não minta no currículo
“Fraude no currículo é uma coisa que existe muito”, lamenta Simone. A especialista lembra que mentir no currículo nunca é uma estratégia. Além de a mentira ser descoberta e prejudicar a imagem do candidato, pode acontecer de vir à tona no final dos processos de recrutamento e tirar a oportunidade de alguém que tem um excelente currículo e foi excluído nas primeiras fases.
“A pessoa coloca lá que tem excel avançado ou inglês fluente, aí o recrutador resolve fazer uma entrevista em inglês, ou então pede um teste prático de excel, e, pronto, descobre a fraude. Isso é péssimo!”
7. Facilite o contato do recrutador
Antigamente se colocava até endereço nos currículos. Hoje, com as questões de proteção de dados, não se pede mais tantas informações. Porém, no LinkedIn é necessário deixar ao menos uma forma de contato além do inbox da própria plataforma.
Se o usuário tiver medo de divulgar alguma informação, como o celular, por questões de segurança, o uso do e-mail é uma das opções. Simone sugere, por exemplo, a criação de uma conta de e-mail profissional. “Tem que ter pelo menos o e-mail, a empresa tem que ter um facilitador para entrar em contato com a pessoa.”
8. Utilize com frequência e mantenha as informações atualizadas
“Se você criar só por criar, não tem funcionalidade nenhuma”, rebate Simone. A profissional explica que é necessário ter uma certa frequência na plataforma, o que vai depender dos objetivos lá dentro. “O Linkedin é um canal, é uma rede que proporciona conexão com pessoas, e o networking é hoje algo muito forte”, comenta.
“Se você comentar posts de forma assertiva, for gentil, isso faz com que sua visibilidade na rede também aumente. Quanto mais você interage com pessoas, quanto mais você seguir usuários, responder enquetes, melhor, isso vai aumentar o seu alcance dentro da plataforma”, diz.
Simone lembra que o LinkedIn é a porta para se conectar com pessoas. “Não tenha medo de enviar uma mensagem ou solicitar conexão com um recrutador, um gerente de RH.”
9. Não faça posts marcando várias empresas e pedindo emprego
Um comportamento comum dentro da plataforma é a pessoa que está em busca de emprego fazer uma publicação resumindo o currículo, marcando várias empresas e pedindo comentários e curtidas para que o post tenha alcance. Para Simone, essa estratégia não é a ideal.
“A gente tem que ter foco naquilo que a gente quer, tem que ter objetivo definido”, pontua Simone. “Quando a gente faz um post dizendo que está procurando trabalho, se apresenta, faz um card no Canva, indica qual a área de atuação pretende trabalhar, mas não marca ninguém, pode ser que a empresa passe por ali e se interesse”, diz.
Ou seja, aquela estratégia de sair marcando as instituições em que sonha trabalhar está longe de ser adequada. “Quando vejo pessoas que estão marcando 20 mil empresas, eu sei que as pessoas entram num processo de puro desespero, não sabem muito bem como usar a ferramenta, acabam atirando para todos os lados, mas isso acaba sendo um tiro não assertivo”, opina a especialista.
*Com informações do site O Tempo