Integração entre térmica, geração solar e BESS em comunidades remotas do Amazonas reduz custos, emissões e prepara expansão regional a partir de 2026
A transição energética na Amazônia brasileira entrou em um novo patamar em 2025. Em meio aos desafios históricos de logística, dispersão territorial e dependência do diesel em sistemas isolados, a Aggreko consolidou uma estratégia que combina geração térmica, solar fotovoltaica e sistemas de armazenamento de energia com baterias (BESS) para ampliar o acesso à energia limpa, reduzir custos estruturais e reforçar a segurança do suprimento em comunidades remotas do Norte do país.
O ano foi marcado por projetos inéditos, avanços tecnológicos e pela expansão da atuação da companhia em dezenas de localidades da Amazônia Legal. As iniciativas posicionam a empresa como um dos principais agentes privados na implementação prática da transição energética em regiões fora do Sistema Interligado Nacional (SIN), onde o desafio não é apenas descarbonizar, mas garantir energia confiável de forma contínua.
Seleção no Pró-Amazônia Legal reforça escala dos projetos híbridos
Em agosto de 2025, a Aggreko foi selecionada na chamada pública do Programa de Redução Estrutural de Custos de Geração de Energia na Amazônia Legal e de Navegabilidade dos Rios Madeira e Tocantins (Pró-Amazônia Legal – CGPAL) voltada aos sistemas isolados. Nesta etapa, a empresa foi contemplada nos lotes 1, 2, 3, 4 e 5, que abrangem 24 comunidades no estado do Amazonas.
O escopo aprovado prevê a instalação de 109 MWp em geração solar fotovoltaica e 119 MWh em sistemas de armazenamento de energia com baterias, um dos maiores volumes já contratados no país para projetos híbridos em sistemas isolados. A iniciativa representa um salto relevante na substituição progressiva do diesel e na redução dos custos permanentes de geração nessas localidades.
Hibridização leva energia mais limpa a 200 mil pessoas
Os projetos selecionados contemplam a hibridização de usinas térmicas existentes com sistemas solares e BESS, estratégia que permite manter a confiabilidade do suprimento enquanto amplia gradualmente a participação de fontes renováveis. A expectativa é beneficiar mais de 200 mil pessoas em 24 localidades, incluindo municípios estratégicos como Benjamin Constant, Tefé e Tabatinga, no Amazonas.
Além da redução de emissões, a solução híbrida promove maior previsibilidade operacional, diminui a dependência do transporte fluvial de combustível e contribui para a sustentabilidade econômica do atendimento energético em regiões de difícil acesso.
Caiambé se torna laboratório da transição energética amazônica
Paralelamente à expansão contratual, a Aggreko deu um passo simbólico e tecnológico relevante ao inaugurar, em junho de 2025, a primeira usina híbrida do interior do Amazonas, localizada na comunidade de Caiambé, às margens do Rio Solimões, no distrito de Tefé. O projeto-piloto já está em operação plena e fornece energia confiável e sustentável a centenas de famílias.
Ao detalhar os resultados alcançados, o diretor da Aggreko no Brasil, Cristiano Lopes Saito, ressaltou que a iniciativa foi fundamental para calibrar a expertise global da empresa à realidade local. Para o executivo, o diferencial do projeto reside na capacidade de traduzir a tecnologia de ponta em soluções resilientes aos gargalos climáticos e logísticos do Norte do país.
“O projeto de Caiambé foi um laboratório para testar todas as premissas em tecnologias, implantação e gestão que serão usados pela Aggreko na hibridização da geração térmica com geração renovável e sistemas de armazenamento com baterias. Apesar da nossa experiência global em hibridização, a Amazônia apresenta desafios únicos como logísticos, climáticos e culturais. Desenvolver soluções alinhadas à realidade local e superar essas barreiras é o que faz deste projeto um marco importante”, destaca.
Tecnologia, controle avançado e P&D nacional
Desenvolvido em parceria com a Universidade Federal de Itajubá (UNIFEI) e cofinanciado com recursos do programa de P&D da Aneel, o modelo implantado em Caiambé se tornou uma referência para a descarbonização de sistemas isolados. A usina opera com um sistema de controle automatizado e integrado, capaz de gerenciar simultaneamente geração térmica, solar e baterias, mesmo sob condições climáticas adversas, como os frequentes períodos de nebulosidade da região amazônica.
A configuração combina 1,4 MW de geração térmica, 373 kWp de potência solar instalada e um sistema BESS de 1 MW / 500 kWh, garantindo estabilidade, eficiência operacional e redução significativa das emissões de gases poluentes.
Redução de diesel e ganhos ambientais estruturais
A experiência prática em Caiambé passou a orientar a expansão da hibridização para outras usinas que atendem os 24 sistemas isolados do Amazonas. Além disso, o modelo pode ser adaptado para aplicações internacionais e para setores como irrigação, mineração e operações críticas, onde o acesso à energia é limitado ou instável.
Os ganhos ambientais esperados são expressivos: a hibridização deve resultar na redução de cerca de 37 milhões de litros de diesel por ano e evitar a emissão de aproximadamente 104 mil toneladas de CO₂ anualmente, contribuindo de forma concreta para as metas de descarbonização do setor elétrico.
Ao projetar os próximos passos, Saito destaca o impacto estrutural dessas iniciativas a partir de 2026. “Esse avanço será essencial para impulsionar novos modelos de geração na Amazônia que estão vindo a partir de 2026, abrindo caminho para uma matriz cada vez mais limpa, eficiente e conectada às necessidades da região”, ressalta o diretor.
Crescimento regional e perspectiva para 2026
Com um pipeline robusto de oportunidades e foco em compreender as demandas específicas de seus clientes, como redução de custos, cumprimento de prazos regulatórios e diminuição de emissões, a Aggreko vem consolidando índices de crescimento de dois dígitos na América Latina nos últimos anos.
Na Amazônia, a combinação entre inovação tecnológica, conhecimento local e escala tende a posicionar a empresa como um dos principais vetores da transição energética em sistemas isolados a partir de 2026.
Fonte: Cenário Energia.
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