A indústria de transformação concentrada no Polo Industrial de Manaus é o “motor” da economia do Amazonas. A participação do Estado no PIB (Produto Interno Bruto) do país aumentou em 2,1% em 2023. No Norte, foi o estado com maior alta no PIB, atrás do Amapá (2,9%). A alta é inferior à média nacional, de 3,2%.
O índice consta no Sistema de Contas Regionais divulgado nesta sexta-feira (14) pelo IBGE em parceria com os órgãos estaduais de estatística, secretarias estaduais de governo e a Superintendência da Zona Franca de Manaus.
No Amazonas, o crescimento da participação no PIB em 2023 foi atrelado à fabricação de bebidas e de outros equipamentos de transporte como motocicletas. No Amapá, o aumento nominal ocorreu sobretudo em administração, defesa, saúde e educação públicas e seguridade social, que representou 48,3% da economia do estado em 2023.
Outros estados com variação em volume inferior à média nacional foram: Piauí (3,1%), Ceará (3,0%), Paraíba (3,0%), Pernambuco (2,4%), Sergipe (3,1%), Bahia (2,3%) e Santa Catarina (1,9%).
Conforme o IBGE, todas as 27 unidades da federação tiveram variação positiva do PIB em comparação a 2022. As maiores altas foram no Acre (14,7%), Mato Grosso do Sul (13,4%), Mato Grosso (12,9%), Tocantins (7,9%) e Rio de Janeiro (5,7%). Já as menores variações ocorreram em Pará (1,4%), São Paulo (1,4%), Rio Grande do Sul (1,3%) e Rondônia (1,3%). A última vez que o PIB cresceu em todos os estados foi em 2021. O PIB do país foi de 3,2% em 2023.
Agricultura
O bom desempenho da agropecuária, em especial do cultivo de soja, teve contribuição decisiva para o crescimento do PIB do Acre (14,7%), Mato Grosso do Sul (13,4%), Mato Grosso (12,9%) e Tocantins (7,9%). “Já a alta do Rio de Janeiro (5,7%) foi puxada pelo crescimento das indústrias extrativas, em especial de petróleo e gás”, explica a gerente de Contas Regionais do IBGE, Alessandra Poça.
O setor de serviços também influenciou os resultados dos estados com maior crescimento do PIB em 2023. Administração, defesa, saúde e educação públicas e seguridade social impactou sobretudo o PIB do Acre, Mato Grosso do Sul, Tocantins e Rio de Janeiro. Comércio e reparação de veículos automotores e motocicletas também influenciou os três primeiros e o Mato Grosso.
As menores variações do PIB em 2023, na comparação com o ano anterior, estão Pará (1,4%), São Paulo (1,4%), Rio Grande do Sul (1,3%), e Rondônia (1,3%). No Pará, a variação positiva foi contida pela redução na Agropecuária e na Eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos e descontaminação, destoando do comportamento médio nacional dessas atividades. Em São Paulo, o resultado teve contribuição negativa das Indústrias de transformação, devido aos segmentos de defensivos agrícolas e fabricação de máquinas e equipamentos.
No Rio Grande do Sul, destaque para a redução de indústrias de transformação, devido ao refino de petróleo e fabricação de máquinas e equipamentos. No caso de Rondônia, a gerente de Contas Regionais do IBGE explica que o crescimento foi limitado pela seca ocorrida no Norte do país. “Isso reduziu a geração de energia elétrica e a atividade de Eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos e descontaminação”, diz Alessandra.
O Sudeste teve redução de 0,3 ponto percentual (p.p.) em participação no PIB na passagem de 2022 e 2023, ficando em 53,0%, após ganho de 1,0 p.p. entre 2021 e 2022. Sul (0,2 p.p.) e Norte (0,1 p.p.) tiveram aumento, chegando a 16,8% e 5,8%, respectivamente, após perderem 0,7 p.p. e 0,6 p.p. em 2022. Nordeste (13,8%) e Centro-Oeste (10,6%) mantiveram suas participações.
Entre as unidades da federação, ocorreram apenas duas trocas de posição no ranking de participação relativa entre 2022 e 2023: Amapá subiu da 26ª posição, em 2022, para a 25ª, em 2023, assumindo o posto ocupado pelo Acre no ano anterior. Os dois estados já trocaram de posições outras vezes ao longo da série, e a oscilação observada em 2023 está atrelada ao ganho de participação do Amapá e ao impacto da redução de preços da soja na Agropecuária do Acre, apesar do bom desempenho em volume da atividade.
De 2002 a 2023, o PIB nacional teve aumento médio de 2,2% ao ano (a.a.). Centro-Oeste e Norte tiveram as maiores taxas médias de crescimento, com variações de 3,4% a.a. e 3,2% a.a, respectivamente, enquanto o Nordeste ficou próximo da média nacional, com 2,4% a.a. Sudeste e Sul registraram as menores elevações, com 2,0% a.a., na primeira, e 1,9% a.a., na segunda.
O PIB per capita do país, em 2023, foi de R$ 53.886,67 e o Distrito Federal manteve-se como a unidade da federação com o maior PIB per capita brasileiro, chegando a R$ 129.790,44. O valor é 2,4 vezes maior que a média nacional. São Paulo ocupou a segunda posição, com R$ 77.566,27, seguido por Mato Grosso, com R$ 74.620,05.
Em relação à distribuição regional do PIB per capita , as únicas nove unidades da federação com valor superior ao per capita nacional concentraram-se no Sudeste, Sul e Centro-Oeste. No Norte, Rondônia foi o estado mais bem posicionado, ocupando a 10 a posição e com PIB per capita equivalente a 0,9 do valor nacional. Já no Nordeste, Rio Grande do Norte ocupou o maior posto, o 19º, com valor que representou 0,6 do PIB per capita brasileiro.
O Distrito Federal ocupou a primeira posição ao longo de toda a série, embora a diferença entre PIB per capita desta unidade da federação e o do Brasil tenha se reduzido, entre 2002 e 2023. Na série, destaque para Mato Grosso e Tocantins, que avançaram oito posições cada um. O primeiro saiu da 11ª posição para a terceira, enquanto o segundo passou da 21ª posição para a 13ª. Os menores PIB per capita foram ocupados por estados do Nordeste ao longo de toda a série, com Maranhão aparecendo na 27ª posição em 2023.
Mais sobre a pesquisa
O Sistema de Contas Regionais traz dados sobre a composição e evolução do PIB de cada Unidade da Federação, calculados a partir de estatísticas sobre o valor anual da produção, consumo intermediário e valor adicionado bruto de cada atividade econômica. Permitem, ainda, estimar o valor adicionado bruto anual, por atividade, expresso em valores correntes e constantes, e o PIB, avaliado a preço de mercado, de cada Unidade da Federação.
| Ranking para Grandes Regiões e Unidades da Federação – Produto Interno Bruto per capita | ||
| Brasil, Regiões e Unidades da Federação | 2023 | |
| Brasil | 53.886,67 | |
| 1 | Centro-Oeste | 71.200,72 |
| 2 | Sudeste | 68.357,91 |
| 3 | Sul | 61.274,54 |
| 4 | Norte | 36.678,53 |
| 5 | Nordeste | 27.681,97 |
| 1 | Distrito Federal | 129.790,44 |
| 2 | São Paulo | 77.566,27 |
| 3 | Mato Grosso | 74.620,05 |
| 4 | Rio de Janeiro | 73.052,55 |
| 5 | Santa Catarina | 67.459,74 |
| 6 | Mato Grosso do Sul | 66.884,75 |
| 7 | Rio Grande do Sul | 59.736,20 |
| 8 | Paraná | 58.624,33 |
| 9 | Espírito Santo | 54.732,78 |
| 10 | Rondônia | 48.353,38 |
| 11 | Goiás | 47.721,56 |
| 12 | Minas Gerais | 47.321,23 |
| 13 | Tocantins | 42.553,36 |
| 14 | Amazonas | 41.047,91 |
| 15 | Roraima | 39.460,54 |
| 16 | Amapá | 38.187,09 |
| 17 | Acre | 31.675,60 |
| 18 | Pará | 31.347,59 |
| 19 | Rio Grande do Norte | 30.804,91 |
| 20 | Bahia | 30.476,54 |
| 21 | Pernambuco | 29.857,27 |
| 22 | Alagoas | 28.675,84 |
| 23 | Sergipe | 27.518,80 |
| 24 | Ceará | 26.405,96 |
| 25 | Piauí | 24.736,15 |
| 26 | Paraíba | 24.395,17 |
| 27 | Maranhão | 22.020,63 |
Fonte: Amazonas Atual.
Foto: Suframa/Divulgação


