As cidades da Amazônia podem deixar de ser vetores de desmatamento e assumir papel central na construção de uma economia baseada na floresta em pé. Essa é uma das principais conclusões do relatório “Private Sector Roadmap for a Sustainable Amazonia”, do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e do BID Invest.
O principal exemplo citado é a Zona Franca de Manaus, que reúne mais de 500 empresas e gera mais de 100 mil empregos diretos, mas ainda depende fortemente de insumos fósseis importados, como plásticos, resinas e componentes petroquímicos.
Segundo o relatório, há uma oportunidade estratégica de substituir esses materiais por produtos derivados da biodiversidade amazônica, como bioplásticos, fibras naturais, resinas vegetais e óleos essenciais, reduzindo emissões e criando cadeias produtivas de maior valor agregado dentro da região.
Cidades como motores da floresta em pé
O Private Sector Roadmap for a Sustainable Amazonia defende que as cidades amazônicas passem a funcionar como hubs da bioeconomia, reunindo processamento, certificação, logística, pesquisa e inovação.
Esse modelo já começa a ganhar espaço em iniciativas ligadas à bioindústria, parques tecnológicos e centros de pesquisa voltados à biodiversidade.
O relatório também aponta a necessidade de investimentos em infraestrutura urbana sustentável, como telhados refletivos, arborização, saneamento eficiente e sistemas de água circular.
Essas medidas reduzem custos de energia, melhoram a saúde pública e aumentam a resiliência das cidades às mudanças climáticas.
Para o BID, manter o modelo atual significa ampliar riscos econômicos e ambientais. Apostar na bioeconomia urbana, por outro lado, coloca Manaus e outras cidades amazônicas no centro de uma nova fronteira de desenvolvimento, alinhada às exigências ambientais do mercado internacional.
Fonte: Portal Você.
Foto: Reprodução


